Guia completo sobre como ir para Machu Picchu

A cidade perdida dos incas é a principal atração do Peru, sendo considerada um Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Para preparar a sua viagem a essa maravilha do mundo, é importante saber exatamente como ir para Machu Picchu.

O historiador americano Hiram Bingham desvendou a cidade em 1911 e, desde essa época, existem alguns enigmas sobre a finalidade desse lugar, que está a 74 km de Cusco.

Neste artigo, você vai saber quando e como ir para Machu Picchu, além de descobrir o que esperar do maior símbolo inca. Acompanhe a leitura!

Quando ir para Machu Picchu?

Cíntia Albuquerque em Machu Picchu

Para dar início ao planejamento para a viagem, você precisa decidir quando ir para Machu Picchu. 

De novembro a março, a região recebe bastante chuva, podendo ocorrer até deslizamentos de encostas. Nos dias que chovem muito, o parque nem abre.

Então, a melhor época para ir a Machu Picchu é no período da seca, que acontece entre abril e outubro. Junho e julho são considerados os melhores meses, mas também marcam a alta temporada, o que pode pesar no bolso caso você queira fazer uma viagem econômica.

Eu fui em outubro e peguei um pouco de chuva em Machu Picchu no final do dia, mas durou pouco tempo e não atrapalhou o passeio.

Como ir para Machu Picchu?

Cíntia Albuquerque em Machu Picchu

Agora começa a aventura: como ir para Machu Picchu? Antes de começar a explicar sobre isso, saiba que você vai encarar uma longa jornada.

Primeiro, é necessário comprar uma passagem aérea para Cusco. Geralmente, os voos fazem conexão em Lima, mas, no meu caso, foi em Santiago, no Chile. No total paguei R$1.400 na passagem, contando com a ida para o Peru e a volta para o Brasil.

Algumas pessoas preferem ir logo para Machu Picchu, mas eu decidi conhecer bem a cidade e os sítios arqueológicos que estão pela região e, quase no final da viagem, ir para Machu Picchu.

Recomendo que você faça isso também, porque é possível aprender muito sobre a história inca durante esses passeios. Então, quando você for para Machu Picchu, entenderá a grandiosidade do que está vendo!

Eu visitei a cidade no penúltimo dia da minha viagem e, logo abaixo, vou falar detalhadamente sobre como fiz isso.

Ollantaytambo

Para chegar em Águas Calientes, que é o ponto de partida para Machu Picchu, você deve pegar um trem que parte de Poroy, San Pedro ou Ollantaytambo com destino a Águas Calientes.

É importante que você faça a compra do bilhete com antecedência para não correr o risco de não conseguir embarcar na hora.

Escolhi partir de Ollantaytambo, porque era mais barato e, em 2018, a estação de San Pedro (a mais próxima de Cusco) não estava funcionando.

Já a estação de Poroy só funciona de maio a dezembro. Além disso, não tem tantas opções de horários.

Então, recomendo que você pesquise sobre a partida em todas essas estações e veja qual é a mais viável.

O trajeto de Cusco até Ollantaytambo leva entre uma hora e meia a duas horas, então é necessário pegar um transporte. 

Como contratei uma agência de turismo, ela ficou encarregada de fornecer uma van para fazer esse deslocamento. Vale avisar que isso acontece super cedo, por volta de 4h!

Ao chegar em Ollantaytambo, as pessoas ficam aguardando o trem chegar e, em seguida, todo mundo que comprou o bilhete embarca no horário previsto. Para pegar o trem até Águas Calientes, você pode comprar a passagem do Peru Rail ou Inca Rail

Eu fui em um trem chamado Expedition, do Peru Rail, que era o mais barato. Na época, paguei 120 dólares, ida e volta. Os assentos são confortáveis, a empresa oferece lanches e, durante todo o trajeto, é possível ver uma bela paisagem.

Águas Calientes

Estátua de rei inca em Águas Calientes

De Ollantaytambo até Águas Calientes, fiquei duas horas no trem. Ao chegar no destino, o guia deixa todo mundo livre até dar a hora de ir para Machu Picchu.

A maioria das pessoas prefere se hospedar em Águas Calientes, porque assim o passeio fica menos cansativo. Então, elas passam o dia na cidade, dormem e de manhã vão para Machu Picchu. Mas eu optei por fazer o bate-volta mesmo, já que queria economizar, e cheguei em Cusco de madrugada, ou seja: quase 24h sem dormir.

Em 2018, existiam dois diferentes horários para visitação no parque: manhã e tarde. Então, eu estava marcada para o grupo da tarde.

Agora isso mudou. Já na compra do ingresso, você escolhe o horário para entrar no sítio arqueológico, que pode ser 6h, 7h, 8h, 9h, 10h, 11h, 12h, 13h e 14h, lembrando que o tempo máximo de permanência é de 4 horas.

Águas Calientes é uma cidade bem pequena e, em pouquíssimas horas, você consegue ver praticamente tudo. Lá existe uma feirinha bem legal, então aproveitei para ver algumas jóias – dica: no Peru, as pratas são muito baratas! Comprei anéis lindos por R$20. Depois almocei perto da praça principal, dei várias voltas nas ruas e, por fim, fiquei na praça esperando dar a hora de um micro-ônibus me pegar.

De Águas Calientes até Machu Picchu, existe um micro-ônibus que faz o trajeto. O preço de ida e volta é de 24 dólares. Você pode comprar o bilhete desse transporte na bilheteria de Águas Calientes ou no site da Consettur. Esse trajeto dura de vinte a trinta minutos.

Machu Picchu

Antes de entrar em Machu Picchu, você precisa se certificar de que está seguindo as regras. 

A primeira delas é estar com um guia. Desde as regras lançadas em 2019, como a mudança no horário de visitação, as pessoas não podem entrar sem guia em Machu Picchu.

Se você não tiver contratado um, fique tranquilo, existem vários na entrada que cobram cerca de 120 soles para grupos de quatro pessoas. No entanto, ainda que exista essa obrigatoriedade, muitas pessoas relataram entrar no parque sem guia e não tiveram problemas.

Para estrangeiros, a entrada em Machu Picchu custa 152 soles, mas estudantes de até 25 anos com carteirinha universitária podem pagar meia.

Com o objetivo de verificar a autenticidade da compra, alguns funcionários solicitam a identidade e a cópia do cartão de crédito usado na compra do ingresso. Então, não se esqueça de ter esses documentos em mãos.

Existem alguns itens que não podem entrar no parque, como carrinho de bebê, bebidas alcoólicas, drones e sombrinhas. 

Outro ponto importante é que o circuito em Machu Picchu é só de ida, então você não pode reingressar ao parque após ter terminado o passeio. Na saída, se você tiver passaporte, ainda é possível receber um carimbo! Lembre-se que o passaporte não é obrigatório para entrar no Peru, ok?

Falando em circuitos, existem três opções: 

  • circuito 1: completo e com duração de 3h;
  • circuito 2: leva duas horas e meia;
  • circuito 3: indicado para pessoas com mobilidade reduzida, dura aproximadamente duas horas.

Sabe aquela clássica vista de Machu Picchu? Então, ela só existe no circuito 1. Se você não tiver problemas para se locomover, recomendo muito que escolha esse circuito!

O que esperar da cidade perdida?

Vista de Machu Picchu do alto

Além de falar sobre como ir para Machu Picchu, vou tentar deixar você com mais motivação para fazer essa viagem.

Saiba que cada guia vai contar uma história diferente sobre esse sítio arqueológico, já que ele guarda muitos enigmas. 

Uma das principais teorias é que Machu Picchu foi construído para que fosse possível observar as regiões conquistadas pelos incas. No entanto, o objetivo mais profundo seria o de preservar a realeza inca em casos de ataque.

O meu guia, por exemplo, disse que Machu Picchu foi criado assim que os espanhóis invadiram o Peru e entraram em guerra com incas. Então, para fugir da colonização, os incas construíram e se refugiaram na cidade perdida.

Machu Picchu está a 2.400 metros de altitude e se prepare para ver muito verde, construções incas espetaculares e as famosas lhamas. Além disso, ainda existe uma vista para a Cordilheira dos Andes. Quer mais alguma coisa?

O sítio arqueológico é dividido no setor urbano, onde existem as áreas religiosas e residenciais, e no setor agrícola, marcado pelas terrazas, que são os degraus onde os alimentos eram plantados.

Terrazas em Machu Picchu

Templos, altar, praça, escadaria são alguns dos atrativos da cidade perdida. Estar em Machu Picchu é uma sensação mágica e, quem puder, deve visitá-lo. Até hoje, não vi um lugar que se comparasse a ele.

Então, gostou de saber como ir para Machu Picchu? Se você tiver disposição, ainda pode encarar uma das trilhas pagas a parte, como a Huayna Picchu, que fica quase 300 metros acima do sítio arqueológico.

Um ponto que não costuma ser debatido em torno das atrações turísticas que recebem muitas visitas é o turismo de massa, que tem sido impedido pelo governo peruano em relação a Machu Picchu. Para saber mais, leia o artigo sobre o que é overtourism!

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