O que fazer em Cusco: conheça 11 sítios arqueológicos

Conhecida por ser o ponto de partida para quem deseja conhecer Machu Picchu, alguns visitantes cometem o erro de não descobrir o que fazer em Cusco e apenas partem rumo ao maior símbolo do Império Inca.

No entanto, saiba que a cidade, por si só, vale a sua visita. Considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Cusco foi a capital do Império Inca. Essa civilização surgiu no Peru, mas se estendeu por mais de 4.000 km, alcançando também a Argentina e o Equador.

Por isso, existem sítios arqueológicos incas que você pode visitar pela cidade e ao redor dela. Neste artigo, vou mostrar quais são eles!

Primeiro passo: comprar o bilhete turístico

Antes de falar sobre os sítios arqueológicos, você precisa saber de um detalhe muito importante: o bilhete turístico, que serve como um passaporte para os passeios.

Você pode comprar o bilhete geral ou os circuitos parciais, mas recomendo que escolha a primeira opção, pois permite que você conheça praticamente todas as ruínas – Machu Picchu não está incluída, infelizmente. Veja os tipos de ingressos:

  • circuito 1 (70 soles): Sacsayhuaman, Qenqo, Tambomachay e Pukapukara;
  • circuito 2 (70 soles): Museu de Arte Contemporânea, Monumento ao Inca Pachacuteq, Museu de Sitio Qorikancha, Centro Qosqo de Arte Nativo, Museu de Arte Popular, Museu Histórico Regional, Pikillacta e Tipón;
  • circuito 3 (70 soles): Pisac, Chinchero, Ollantaytambo e Moray;
  • geral (130 soles): acesso a todos esses lugares durante 10 dias.

Se você for estudante universitário, é possível comprar o bilhete geral por 70 soles, mas é necessário ter entre 18 e 25 anos e apresentar a carteirinha nacional do estudante emitida pela UNE (União Nacional dos Estudantes).

O bilhete é comprado na Sede COSITUC, que funciona todos os dias das 8h às 18h, localizada na Avenida Sol, número 103. Outra opção é comprar o ingresso na porta dos parques, mas indico que, logo no primeiro dia, você compre o ingresso geral na sede. Dito isso, vamos para o roteiro dos sítios arqueológicos!

O que fazer em Cusco: Maras e Moray

O primeiro passeio que fiz na cidade foi para Maras e Moray, que durou metade de um dia. Ele é fundamental para você entender a engenharia da civilização Inca, então não deixe de ir!

Para fazer esse passeio, eu contratei uma agência de turismo no centro histórico de Cusco, que custou 30 soles (contando com o ingresso de Maras) e o guia falava apenas espanhol.

Fiz essa viagem com a minha mãe e, assim como em outros passeios, nós éramos as únicas que falavam português – e eu arranhava um pouco o espanhol por fazer um cursinho. Grande parte dos turistas eram de outros lugares da América do Sul, como Argentina, Chile e Colômbia.

Moray

Moray em Cusco

Em Moray, você vai descobrir como os incas eram gênios da agricultura. O local funcionava como um laboratório agrícola, onde cada degrau tinha um microclima diferente e, por isso, era voltado para a plantação de um alimento diferente.

Moray foi construída em círculos perfeitos, sendo uma espécie de centro de pesquisa climática e alimentícia. Nesse local, cada círculo tinha um solo com temperatura e profundidade diferentes.

Maras

O que fazer em Cusco: conhecer Maras

Em seguida, conheci Maras, onde existem depósitos de sal. Os incas extraíam o sal a partir de um rio com água salgada. Essa técnica deu tão certo que até hoje o lugar é usado para essa finalidade. Existem mais de cinco mil poças de água que são expostas ao sol até secarem e, assim, sobrar apenas o sal.

Como Maras não está incluída no bilhete turístico, você precisa pagar o valor de 10 soles para entrar no local.

O que fazer em Cusco: Vale Sagrado

De todos os passeios ao redor de Cusco, o Vale Sagrado é, de longe, o mais incrível, incluindo Ollantaytambo, Pisac e Chinchero. Saiba que, no final da noite, você vai estar super cansado, porque as visitas levam um dia inteiro. Também fiz esse passeio com uma agência de turismo, que custou 60 soles.

O guia, inclusive, agia como se fosse o Indiana Jones e explicava tudo com muito orgulho de ter os incas como os seus ancestrais.

Pisac

Parque arqueológico de Pisac

O sítio arqueológico que eu mais gostei de conhecer, fora Machu Picchu, foi Pisac. O local tinha áreas com casas, cemitérios verticais, terrenos agrícolas, aquedutos, enfim, era uma cidade inca bem completa.

No início, o guia explica tudo sobre o lugar e depois deixa os turistas livres para explorá-lo. O passeio leva metade de um dia e, em seguida, a van leva todo mundo para a próxima parada, que é Ollantaytambo.

Ollantaytambo

Ollantaytambo em Cusco

Ollantaytambo funcionava como um centro militar, sendo, portanto, considerada uma fortaleza inca. Para quem vai a Machu Picchu, esse é o principal ponto de partida, de onde sai o trem para Águas Calientes, cidade-base para conhecer Machu Picchu.

Além de ser uma fortaleza, o local também contou com centro agrícola e religioso. No início, o guia leva os turistas até o Templo do Sol, que fica no topo de Ollantaytambo, depois deixa todo mundo livre.

Chinchero

A última parada do passeio ao Vale Sagrado costuma ser Chinchero, que atualmente é um vilarejo, no qual os moradores vivem do turismo e da plantação de batata.

No local, as mulheres artesãs mostram como são feitos os tecidos e, em seguida, estimulam os turistas a comprarem os seus produtos. Elas também servem o famoso chá de coca para evitar o mal de altitude.

O que fazer em Cusco: City Tour

O City Tour engloba Sacsayhuaman, Qenqo, Tambomachay e Pukapukara, além do Centro Histórico de Cusco, mas vou falar apenas dos sítios arqueológicos neste post. O passeio é feito na metade de um dia, por isso achei bem corrido e fiquei pouco tempo em cada lugar.

Por ser próximo de Cusco, você pode fazer esse passeio sozinho, mas eu escolhi contratar novamente uma agência de turismo, que cobrou 20 soles.

Sacsayhuaman

Sacsayhuaman em Cusco

Sacsayhuaman é sítio arqueológico que conta com enormes pedras, variando 100 a 300 toneladas, e é considerado a construção inca mais importante perto de Cusco, servindo para fins religiosos e militares.

Certamente, você vai se impressionar ao imaginar como os incas conseguiam encaixar perfeitamente uma pedra na outra. Do alto, ainda é possível ter uma vista panorâmica incrível sobre a cidade de Cusco.

Qenqo

O que fazer em Cusco: conhecer Qenqo

Perto de Cusco também está Qenqo, onde aconteciam rituais religiosos. Dentre eles, destacam-se as cerimônias de fertilidade e os sacrifícios de animais.

No local, é possível ver uma pedra de quase seis metros com formato semelhante à cabeça de um puma que, para os incas, representa o mundo dos vivos, sendo um símbolo de inteligência e força.

Pukapukara

Puka Pukara em Cusco

A próxima parada é Pukapukara, local que servia para os soldados incas descansarem e, em seguida, partirem para um banho em Tambomachay.

Em Pukapukara, você pode ver praças, aquedutos e ainda se depara com uma bela vista do vale.

Tambomachay

Tambomachay

Por último, temos Tambomachay. Não duvido que você já está confundindo todos os nomes dos sítios arqueológicos, né? Mas pode deixar que, durante a sua viagem, vai conseguir falar e gravar todos eles.

Tambomachay é um sítio arqueológico voltado para a adoração à água, no qual era possível tomar banho nos canais – que ainda funcionam!

O que fazer em Cusco: Vale Sul

Agora você já viu que tem muito o que fazer em Cusco, mas ainda está faltando uma atração: o Vale Sul, que engloba Tipón e Pikillacta. Infelizmente, não deu tempo de visitá-la, então, quem sabe em uma próxima vez, né?

Tipón

Tipón em Cusco
Fonte: Emanuel Dyan

Tipón conta com canais de irrigação que funcionam até hoje, além de áreas para a plantação. No entanto, ninguém ainda descobriu exatamente qual era a finalidade dessa cidade. Inclusive, nem sabem se esse é realmente o nome do lugar.

Antigamente, as águas que desciam nos aquedutos eram quentes, mas, hoje em dia, já não são mais. Em comparação com os outros sítios arqueológicos, Tipón costuma estar bem vazio.

Pikillacta

Pikillacta em Cusco
Fonte: Emanuel Dyan

O parque arqueológico de Pikillacta foi construído por um povo que antecedeu os incas, que foram os huaris, civilização que viveu na região entre 500 a 1.200 D.C.

Ao contrário dos incas, os huaris não faziam construções tão ordenadas. Além disso, a maioria das suas construções foi destruída. No local, o que chama a atenção é a grande muralha, com paredes de até 12 metros de altura.

Conhecer esses sítios arqueológicos são passeios imperdíveis para você chegar a Machu Picchu e entender ainda melhor a importância daquele lugar. Por isso, durante a sua viagem, priorize visitar pelo menos algumas dessas ruínas. Se estiver com pressa, indico conhecer o Vale Sagrado e Maras-Moray.

Ao escrever este texto, lembrei das minhas maiores sensações durante a viagem. Fiquei com uma sensação muito forte de gratidão por ter tido a chance de conhecer de perto uma história tão única como a dos incas.

Uma importante dica: deixe para comprar os passeios em Cusco. Ao redor da Plaza de Armas, existem várias agências de turismo e funcionários oferecendo os serviços pelas ruas.

Espero que, com essas dicas sobre o que fazer em Cusco, eu tenha convencido você a passar alguns dias pela cidade e não tratá-la apenas como o ponto de partida para Machu Picchu!

Para economizar durante a sua viagem, recomendo também que você veja o meu post sobre como encontrar passagem aérea barata!

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