O que fazer em Paraty? Roteiro de um final de semana

centro histórico de paraty

Paraty é um lugar que agrada quem tem interesse em lugares históricos e quem deseja ter contato com a natureza. Se você pensa em visitar essa cidade, chegou ao artigo certo, porque vou dar dicas sobre o que fazer em Paraty durante um final de semana.

Eu passei a minha infância visitando Paraty, porque tenho uma tia que mora nessa região. Voltar pra lá já adulta foi uma experiência bem diferente e marcante. Sem dúvidas, esse é um destino nacional que eu recomendo pra todo mundo.

A seguir, você vai ver dicas sobre como ir, quando ir, onde ficar, onde comer e o que fazer em Paraty. Boa leitura!

Como ir para Paraty?

O que fazer em Paraty

A melhor forma de visitar Paraty é de carro. Como moro em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, saí daqui, peguei a ponte Rio-Niterói, Avenida Brasil e a BR-101, que é a Rodovia Rio-Santos. Todo esse trajeto demorou 4h20.

Meu namorado e eu fomos no carro dele e gastamos R$178 com o combustível, que rendeu para a ida e para a volta. Então, acredito que gastamos pouco com o deslocamento.

Para quem sai do aeroporto Galeão ou Santos Dumont, no Rio, o foco também deve ser pegar a BR-101. Nesse caso, o tempo do trajeto diminui pra 3h30 a 4h. Se você quiser alugar um carro para fazer essa viagem, não deixe de consultar as opções da RentCars, parceira do blog.

Outra opção é ir de ônibus com a viação Costa Verde. O trecho demora de 4h30 a 5h e tem uma parada em Angra. O valor é de aproximadamente R$80.

Quando ir a Paraty?

O que fazer em Paraty

Outro ponto importante ao programar a sua viagem é escolher a data em que você pensa ir. Isso porque a região da Costa Verde tem períodos chuvosos, como no verão. Enquanto isso, no inverno, você pode passar um bom frio por lá.

Sendo bem sincera: encontrar o meio termo é difícil em Paraty. O período de seca (de junho a setembro) tem a vantagem de não chover tanto, mas faz frio. Já o período chuvoso é quente, mas, obviamente, tem mais chuva.

A principal recomendação é viajar no período da seca para conseguir aproveitar mais os passeios, já que, nem sempre, o frio aparece. A última vez que visitei Paraty foi no final de novembro, peguei chuva e tempo nublado, mas também dias de sol.

Então, o que eu recomendo é que você não se sinta tão preso a qual é a melhor época para visitar a cidade, porque Paraty é incrível em qualquer período do ano

Onde ficar em Paraty?

Centro Histórico de Paraty

Se você pretende aproveitar a cidade, não basta apenas saber o que fazer em Paraty como também saber onde se hospedar. Afinal, o ideal é escolher um lugar que promova maior facilidade na locomoção.

Por isso, vale a pena ficar perto da região do Centro Histórico. Dessa forma, você vai conseguir fazer quase tudo a pé, sem precisar usar carro e pagar estacionamentos ou utilizar transportes privados.

Eu me hospedei em uma kitnet no Airbnb e não demorava nem 5 minutos para chegar ao centro. Senti segurança no local, então podia transitar por ali independentemente do horário. 

Além disso, paguei um preço justo: duas diárias por R$280. Dividindo esse valor com o meu namorado, acredito que conseguimos economizar bem com hospedagem.

Onde comer em Paraty?

Vou confessar que achei os preços das comidas bem salgados em Paraty. Não só das comidas como também das bebidas.

A verdade é que acaba se tornando difícil economizar nesse sentido, ao menos que você decida não fazer nenhuma refeição fora de casa. Enquanto conseguimos gastar pouco com hospedagem e transporte, gastamos bastante com alimentação.

Eu não como carne e cheguei a pagar R$40 em um prato apenas com arroz, salada e ovo mexido. Surreal, né? 

Em relação aos lugares para comer, independentemente do preço, recomendo apenas dois: o Sarau Paraty e o Emirados.

O Sarau Paraty é um lugar super gostoso que fica na Rua da Cadeia, perto da Praça da Matriz. A principal atração do lugar é música ao vivo. Quando fui, a banda estava tocando MPB e era realmente incrível! As pessoas na rua chegavam a parar em frente ao restaurante pra ficar ouvindo as músicas. 

Meu namorado e eu gastamos, no total, R$150 com batata-frita, cerveja e couvert. Não achei muito barato, mas essa é a média de preço por lá mesmo.

Já o Emirados é um lugar especializado em comida árabe. Decidi experimentar algumas esfihas, que estavam muito boas! Elas têm o mesmo tamanho das esfihas do Habib’s e custam entre R$7 e R$10, então achei um pouco caras, mas o investimento vale a pena. Se você também gosta dessa especialidade, recomendo que passe por lá durante a sua viagem.

O que fazer em Paraty?

Finalmente, vou falar sobre o que fazer em Paraty em um final de semana. No entanto, se você puder, recomendo que fique um pouco mais na cidade pra aproveitar melhor toda a região. Acredito que 5 dias é o tempo ideal para fazer uma viagem por lá.

Centro Histórico

Portas coloridas em Paraty

Ao chegar na cidade, o primeiro passeio que as pessoas costumam fazer é conhecer o Centro Histórico, que é o grande charme da cidade, com suas casas coloridas e pedras pé-de-moleque no calçamento.

Free Walker Tour

Existe o Free Walker Tour na região, em que os guias locais mostram a parte histórica da cidade para os viajantes e, ao final, eles decidem dar ou não alguma contribuição monetária para os profissionais. Portanto, o pagamento não é obrigatório, mas, geralmente, o pessoal gosta de retribuir.

Esse passeio dura 2h e acontece às 10h30 e às 17h, com ponto de partida na Praça da Matriz. Basta chegar lá nesse horário e procurar os guias com camisa vermelha. 

Caminhada pelo centro sem guia

Eu tinha me programado para fazer o Free Walker Tour no primeiro dia, mas cheguei na hospedagem às 10h40 e já sabia que tinha perdido o horário. 

Então, decidi andar pelo Centro Histórico sem guia mesmo, o que também vale a pena, claro. O local é tombado pelo Patrimônio Histórico desde 1958 e as portinhas coloridas são uma graça, refletindo a arquitetura da cidade.

O que muita gente não sabe antes de ir é que Paraty foi urbanizada por maçons. Então, é possível ver desenhos geométricos ligados à maçonaria em várias casas. Cada tipo de desenho representa o grau hierárquico do maçom, então é bem interessante prestar atenção nos detalhes.

Ao caminhar pelas ruas, você também vai notar que as pedras são irregulares, conhecidas como pé-de-moleque. Por isso, o ideal é andar pelo centro com calçados confortáveis.

Além disso, você também pode notar as ruas alagadas. Isso acontece porque, na maré cheia, a água do mar percorre as ruas e forma poças. Aliás, tente observar os reflexos das casas coloridas nessas poças. É um visual lindo demais!

Já quando a maré fica baixa, você vai ver os caranguejos cavando tocas nas areias que ficam entre as pedras da rua. Inclusive eu vi vários deles.

Ao andar pelo centro, existem vários ateliers e lojinhas que merecem a sua visita. Por lá, você pode comprar lembrancinhas de viagem e, quem sabe, comprar uma cachaça pra levar para casa.

Como não gosto de cachaça, nem me atrevi a experimentar drinks e bebidas famosas da região, como Jorge Amado (drink feito com cachaça) e Gabriela (licor feito com cachaça, cravo e canela).

Igrejas

No Centro Histórico, existem quatro igrejas que atendiam quatro públicos diferentes durante o período colonial. A Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito era frequentada pelos negros escravizados.

Já a Igreja de Santa Rita de Cássia, importante cartão postal da cidade, era destinada aos chamados pardos recém libertos.

Enquanto isso, a Igreja Nossa Senhora da Dores era frequentada pela elite branca. Por último, a Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios atendia a camada popular branca. 

Praia do Pontal

Pertinho do Centro Histórico está a Praia do Pontal. Para chegar lá, basta atravessar a ponte que fica ao lado da Praça da Matriz.

Existem alguns quiosques na beira da praia, mas o que eu preferi fazer foi atravessar algumas enormes pedras e chegar na ponta da praia. O local tem uma vista linda do mar, da mata atlântica e do centro. Aliás, dali inclusive é possível ver a Igreja de Santa Rita de Cássia. 

Passeio de escuna

Se você quer saber o que fazer em Paraty, não deixe de priorizar o passeio de escuna. Para quem nunca visitou a região da Costa Verde, esse passeio é imperdível.

No cais da cidade, existem vários barcos que promovem esse passeio. Cada um cobra um preço diferente pelo serviço. Eu, por exemplo, paguei R$100 por 5h de passeio, passando por diferentes ilhas e praias da região. Esse valor também incluiu algumas cortesias como café, stand-up paddle e frutas.

Eu fechei esse passeio antes de ir para a cidade, porque, como a minha viagem seria num feriadão, pensei que já os barcos já estariam todos reservados.

No entanto, descobri que é possível contratar o barco assim que você chegar lá, porque existem várias opções de empresas. Então, vale a pena fazer uma cotação no cais mesmo, que fica em frente à Igreja Santa Rita de Cássia. 

Geralmente, o roteiro é feito um dia antes pelos profissionais, de acordo com vários critérios, como a tábua da maré.

Durante o dia, existem quatro paradas e o barco passa por diferentes ilhas paradisíacas. Inclusive, fiquei impressionada, porque algumas tinham apenas um dono. Imagina ter uma ilha só pra você?! Fiquei até curiosa pensando em quanto isso deve custar.

Apesar de ter ido em período chuvoso, nesse dia, o céu estava azulzinho e o tempo estava quente, então foi tudo perfeito. Só no final do passeio que o tempo começou a fechar. 

Caso você tenha apenas o final de semana para aproveitar na cidade, recomendo que faça o passeio de escuna no primeiro dia e, no segundo, conheça o Centro Histórico. 

Como eu fui em um feriadão, pude aproveitar a sexta, o sábado e a metade do domingo, mas, no último dia, só andei pelo centro de novo e tirei algumas fotos por lá.

O que fazer em Paraty com mais tempo?

Se você tiver mais tempo na cidade, saiba que tem muito o que fazer em Paraty. Você pode, por exemplo, dar uma esticadinha até Trindade, que fica a 25 km de Paraty. Por lá, a principal recomendação de praia é a Praia do Meio, formada por duas enseadas e um rio.

Se quiser fazer uma trilha de cerca de 400 metros, você chegará na Praia do Caxadaço (ou Caixa D’Aço), que é a praia com maior extensão no Parque Nacional Serra da Bocaina.

Outro destino que os viajantes costumam gostar é a Praia do Sono, que fica no bairro de Laranjeiras, em Paraty. Essa praia é acessada por meio de uma trilha de 1h ou um barco, então acaba sendo bem preservada.

Mais uma indicação sobre o que fazer em Paraty é conhecer o Saco do Mamanguá. É lá que existe o único fiorde tropical do mundo (e o único do Brasil). Um fiorde é uma enorme entrada de mar que é cercada por montanhas. Por lá, uma trilha bem famosa é a do Pão de Açúcar.

Para chegar no Saco do Mamanguá, você pode encarar o trekking ou contratar um barco para levar você até lá.

Além de praias, Paraty tem várias cachoeiras que ficam relativamente próximas do centro. Algumas delas são a do Tobogã e a da Pedra Branca. 

Um passeio que eu queria muito fazer por lá era conhecer o Quilombo do Campinho. Atualmente, o local abriga 150 famílias, e os viajantes podem fazer uma visita guiada de 4h pelo local. 

Além disso, o quilombo tem uma lojinha de artesanatos e um restaurante bem elogiado pelos visitantes. Por causa da pandemia, não pude visitar o quilombo, infelizmente. Mas recomendo demais o passeio para quem curte um turismo com impacto social.

Viu como não faltam opções sobre o que fazer em Paraty? Essa cidade é recheada de atrações incríveis que vão fazer você querer visitá-la outra vez, ainda mais se você tiver pouco tempo na primeira viagem para lá.

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