4 museus sobre cultura e história negra no Brasil

Instituto Memorial Pretos Novos

No Brasil, existem museus onde você pode conhecer melhor a cultura e a história negra. Assim, é possível mergulhar profundamente nas vivências dos ancestrais e entender o que eles passaram para que nós estivéssemos aqui hoje.

Ainda que a nossa memória tenha sido invisibilizada por tanto tempo, uma forma de redescobri-la é visitar esses espaços. Por isso, neste artigo, vou falar sobre 4 museus que contam a história e a cultura do povo negro.

1. Museu Afro Brasil (São Paulo)

Museu Afro Brasil em São Paulo

Localizado no Parque Ibirapuera, em São Paulo, o Museu Afro Brasil foi inaugurado em 2004 e, desde então, fortalece a cultura e história negra. Nele existe um acervo com mais de seis mil obras que falam sobre temas como escravidão, diversidade e memória.

Durante a sua visita, você vai encontrar pinturas, fotografias, documentos, gravuras, peças etnológicas e esculturas de artistas brasileiros e estrangeiros que falam sobre a população negra. Se quiser, ainda é possível fazer um passeio virtual gratuito para conhecer melhor o museu.

O espaço tem exposição de longa duração, cujo objetivo é desconstruir a ótica de inferioridade lançada sobre a população negra. Além disso, existem exposições itinerantes e temporárias.

O Museu Afro Brasil funciona de terça a sexta, das 11h às 17h. O ingresso custa R$15 e tem meia-entrada de R$7,50. Aos sábados, todos podem entrar de graça.

2. Casa do Benin (Bahia)

Casa do Benin em Salvador
Fonte: Gabriel Fernandes

Inaugurado em 1988, a Casa do Benin fica no Pelourinho, em Salvador. O espaço tem um acervo com aproximadamente 200 peças trazidas do Golfo do Benin. Existem também outras peças relacionadas à cultura da diáspora que foram doadas por instituições e artistas.

No teto do museu, é possível ver tecidos coloridos pendurados que foram criados pela artista plástica e designer Goya Lopes, considerada uma das pioneiras na moda afro-brasileira.

No Espaço Museu Pierre Verger está a exposição permanente de obras do Benin. Já a Sala de Exposição Lina Bo Bardi recebe exposições temporárias, enquanto o Auditório Gilberto Gil é o espaço onde acontecem oficinas e eventos.

A Casa do Benin funciona de terça a sábado, das 9h às 17h, e não cobra a entrada.

3. Museu de Percurso do Negro (Rio Grande do Sul)

Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre
Fonte: Eugenio Hansen

Com uma proposta bastante inovadora, o Museu de Percurso do Negro, que fica em Porto Alegre, funciona como um trajeto em que diferentes obras de arte são espalhadas em vários pontos da capital gaúcha.

O percurso foi selecionado de acordo com os lugares que os negros já passaram, cujo objetivo é resgatar a memória da população afrodescendente.

O início do percurso é no Largo da Forca (Praça Brigadeiros Sampaio), onde você pode ver o monumento “O Tambor”. Em seguida, o trajeto continua pelo Pelourinho (Igreja das Dores), Largo da Quitanda (Praça da Alfândega), em que é possível ver a “Pegada Africana”, obra que simula a marca de um pé em formato do mapa da África. 

Em seguida, o trajeto vai da Esquina do Zaire (que fica entre a Avenida Borges de Medeiros e a Rua dos Andradas) ao Mercado Público, onde está o “Bará do Mercado”, que representa o Exu, importante orixá para as religiões de matriz africana.

4. Instituto Memorial dos Pretos Novos (Rio de Janeiro)

Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos

O Instituto Memorial dos Pretos Novos, criado em 2005, fica no centro da capital do Rio de Janeiro, abrigando mais de 5 mil pedaços de ossos, nos quais 28 corpos foram identificados, predominando pessoas do sexo masculino entre 18 e 25 anos, que viveram entre 1770 e 1840. 

A partir dessa descoberta, historiadores e arqueólogos acreditavam que o local, antigamente, era um cemitério com covas, em que os corpos eram jogados um por cima do outro.

O espaço também tem materiais como colares, contas de vidro, pontas de lanças, argolas e artefatos de barro. Existe também a Galeria Pretos Novos, que tem exposições temporárias de arte contemporânea, e a Biblioteca Pretos Novos, com aproximadamente 600 obras sobre a história e a cultura afro-brasileira.

O local funciona de terça a sexta, das 13 às 19h. Para a visitação interna livre, o custo é de R$20, mas existe meia-entrada. Já para a visitação interna mediada, o valor integral é R$40.

Portanto, existem diferentes museus no Brasil que se encarregam de preservar a história e cultura negra. Então, considero fundamental visitá-los sempre que possível. Se você viajar para alguns dos lugares citados aqui, considere incluir um dos museus no seu roteiro!

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