Viajar pelo mundo não é uma tarefa fácil, principalmente se você for uma mulher negra. De microagressões ao assédio, diversas situações podem acontecer, mas esses fatos não têm impedido várias mulheres negras de fazerem da própria vida um ato de liberdade.
Ainda que o corpo negro, muitas vezes, não seja bem aceito nos lugares, as viajantes negras estão desafiando a ordem e inspirando outras a seguirem os mesmos passos. Por isso, neste artigo, separei 3 inspirações incríveis para você acompanhar no Instagram.
1. Jessica Nabongo
Jessica Nabongo, estadunidense e filha de pais ugandenses, foi a primeira mulher negra a conhecer todos os países do mundo*. Ela está ao lado de um grupo de aproximadamente 150 pessoas que também alcançaram esse objetivo, sendo a maioria branca de origem europeia.
Em 2016, ela decidiu perseguir esse sonho e, em outubro de 2019, conseguiu atingi-lo. Para financiar as viagens, Jessica fundou a Jet Black, empresa que organiza itinerários para as pessoas. Além disso, passou a ganhar mais destaque nas redes sociais e, com isso, pôde fazer publicidades.
Como mulher negra viajante, ela teve diferentes experiências ao redor do mundo, sendo assediada nas ruas e até perseguida por homens. Inclusive foi chamada de prostituta, como contou para a CNN.
Quando visitou o continente africano, o racismo não desapareceu. Na entrevista para a CNN Travel, ela disse que, por vezes, precisou esperar atrás de turistas brancos e pagar propinas para cruzar fronteiras que deveriam estar abertas para ela.
Apesar de ter sido a primeira mulher negra a visitar todos os países, ela não quer ser a única. Por isso, espera que outras mulheres sigam esse caminho. Você pode seguir o perfil da Jessica no Instagram.
*Woni Spotts, também uma afroamericana, reivindica o posto de primeira mulher negra a conhecer todos os países, mas a história dela ainda não foi verificada.
2. Bitonga Travel
Em 2018, Rebecca Aletheia criou o coletivo de mulheres negras chamado Bitonga Travel. Desde então, o coletivo vem inspirando outras mulheres negras a percorrerem o mundo.
Segundo a entrevista da Rebecca para o blog Janelas Abertas, ela viaja desde os dois meses de idade. Já morou em Moçambique, Tajiquistão e Trinidad e Tobago.
Como mulher negra viajante, Rebecca já foi questionada sobre com consegue viajar tanto e sobre a sua própria formação acadêmica. Também foi perguntada se estava se prostituindo e acusada de não querer nada da vida.
Ainda na entrevista, Rebecca fala que as mulheres negras podem ir para onde quiserem e, assim, romper as barreiras.
No Instagram, a Bitonga Travel compartilha frequentemente relatos de mulheres negras pelo mundo. Além disso, também tem um podcast e um site.
3. Pretas pelo Globo
Outro coletivo inspirador para mulheres negras é o Pretas pelo Globo, idealizado por Kenya Sade. O objetivo é mostrar que as mulheres negras viajantes existem, apesar de serem constantemente invisibilizadas.
Em entrevista ao Geledés, Kenya contou que tudo mudou quando fez a sua primeira viagem de avião para o Canadá. Desde então, passou a viajar pelo mundo. Ela também acredita que é importante mostrar pessoas negras em outros contextos, fora aqueles estereotipados como a miséria e a violência. Dessa forma, consegue inspirar outras meninas negras.
O Pretas pelo Globo tem um perfil no Instagram, onde compartilha relatos de mulheres negras viajantes. O coletivo mostra a diversidade das mulheres pretas, com sonhos e histórias diferentes, mas unidas pela existência como mulheres negras no mundo.
Portanto, apesar de existirem menos viajantes negras que brancas, elas, ainda assim, existem. E a internet tem mostrado isso e inspirado outras sonhadoras negras que desejam conhecer o mundo, mas não sabiam que isso era algo possível dentro da realidade delas.
Para saber mais sobre o que homens e mulheres pretas enfrentam ao viajar, veja este artigo sobre o racismo e os viajantes negros pelo mundo.